Neschling e OSESP

Irei me eximir de comentar a situação do ex-regente da OSESP devido à minha associação com a Cultura Artística. No entanto, creio que posso fazer alguns comentários sobre o ocupante interino da cadeira, Yan Pascal Tortelier. Tortelier é filho de um grande cellista e teve uma carreira de instrumentista. Isto ajuda muito, principalmente com relação à sua interação com os músicos da orquestra. Regentes que já foram instrumentistas entendem melhor os músicos de "rank and file" da orquestra e ganham mais facilmente o seu respeito. O status e cachê do regente é uma fonte eterna de insatisfação e dificulta muito a relação. O fato do regente ter ganhado respeito como instrumentista o ajuda a sustentar esta posição.

Os regentes franceses tendem a proteger a sua música, portanto eu espero começar a ver muito mais Debussy, Saint-Saens (onde esta o trema neste teclado?), Ravel, etc na temporada da OSESP. Não acho que isto traga um grande interesse por parte do público mas... variedade sempre é um elemento positivo.

Se bem me lembro das andanças do Tortelier pela Europa, ele é amigo daquela turminha do Steven Isserlis, Stephen Hough, etc, então talvez estes artistas comecem a frequentar mais as nossas paragens, o que me parece um ótimo prospecto.

Vale comentar que, apesar de um pouco errático, este é um regente muito competente e não se espera nenhum problema técnico ou de falta de legitimidade. Respeito por parte do público, críticos e músicos ele certamente merece.